segunda-feira, novembro 05, 2007

Esqueletos no armário

Uma das coisas que mais gosto de fazer é observar o comportamento humano. Adoro ficar sentado olhando para as pessoas enquanto elas executam tarefas do dia-a-dia e antes que me rotulem de voyer, me inspiro em Chico Buarque e afirmo: sou um vedor.
Neste último ano acrescentei mais uma característica à este minha prática. Agora observo os casais, especialmente como eles se comportam em determinadas situações, sejam elas embaraçosas ou não. Não me rotulem de fifi ou de fofoqueiro... isso seria monosprezar um dom, minimizar a arte da observação.
No exercício desta atividade, tenho percebido que a grande maioria das brigas, que muitas das vezes levam à separação, ocorrem por basicamente dois motivos: o primeiro é a conhecida falta de comunicação e a segunda eu estou chamando de esqueletos no armário. As duas são formas estúpidas de se terminar um relacionamento e neste ponto cito Nelson Rodrigues: "A única coisa capaz de encerrar um relacionamento é a falta de amor".
Sobre os problemas de comunicação entre os casais não pretendo levar adiante pois muito já foi escrito acerca disso. Vou me concentrar no segundo ponto.
Brigas entre casais é algo cada vez mais comum visto que o nível de tolerância beira zero. E nestas brigas é muito comum um dos dois aceitar ou ainda engolir todas as besteiras que está ouvindo, só para manter a "harmonia" do casal. Acredito que esses sejam os tais esqueletos no armário.
Um briga o outro aceita sem reclamar. Brigam novamente e silêncio do outro lado. Problemas não resolvidos se avolumam e uma hora transbordam e quando isso acontece temos basicamente duas situações: a primeira é o susto de quem sempre falou e nunca ouviu, pois nunca pensou que o outro fosse capaz de dizer tudo aquilo e a segunda é a mais curiosa. A pessoa que sempre aceitou tudo normalmente tem a incrível capacidade de se lembrar de todas (ênfase no TODAS) as vezes que eles brigaram e começa a revirar o baú de memórias (e quanto maior o tempo juntos...). O que vem à tona não se mostra muito bonito e não raro, terminam.
Eu, mero vedor, encontro a todo momento este tipo de situação e todas as vezes que me defronto com alguém reclamando do seu par, encho o peito, conto até dez e digo pra mim mesmo: "Não seria muito melhor dizer na hora que algo não estava legal, ou que certa postura não agradou?" Enfim.... sempre digo que relacionamentos são fáceis, nós é que complicamos.

5 comentários:

Mauro Amoroso disse...

Meu filho... pelo visto vc anda me observando à distância,hehehehehe

Jessica Di Chiara disse...

muito bom ver que um homem consegue perceber o que sempre vejo só as mulheres perceberem.

voce deveria postar isso no orkut !!

Anônimo disse...

É, Leozinho...um grande filósofo do amor!
grande abraço!!!

Anônimo disse...

Nossa, faz tempo que não venho aqui!rs
Fico feliz em saber que tem escrito bem como sempre, léo ( :



ee, se vc parar pra pensar, os esqueletos, como vc chamou, não atrapalha só os casais... as amizades tb, aliás, arrisco dizer que qualquer relacionamento entre pessoas sofre com isso. Acho tb, que eles existem aos montes, pq nem sempre as pessoas percebem quando estão criando um. . .


enfiiim, vou lembrar de passar aqui mais vezes : )
beeeijos

Anônimo disse...

"...nós é que complicamos." com certeza! mto bom qd a gente lê alguma coisa q explica exatamente oq a gente sente =] ta sendo mto maneiro conversar com vc léo!beijokassss