quinta-feira, junho 21, 2007

O (doce) despertar

Segunda pela manhã sou acordado pelo som musical do despertador do celular. Abro ele e vejo escrito: "soneca". Aperto um botão qualquer e garanto mais dez minutos nos braços de morpheus. O curioso foi que no quarto ao lado o despertador também tocou.
Pouco tempo depois escuto novamente o mesmo som. Dez minutos haviam se passado e eu realmente tenho que me levantar. O dia me chama, embora eu não queira lhe dar atenção. E no quarto ao lado o despertador toca novamente, deixando claro que me vizinho de quarto também fez uso da tal "soneca".
Ando pela casa ainda escura sem acender nenhuma luz, percorrendo um trajeto que se mantém o mesmo há mais de 15 anos. Ligo o aquecedor na esperança de um bom banho e enquanto giro a torneira buscando a temperatura ideal, a minha mente faz uma longa viagem até os meus primeiros anos de colégio.
Pode parecer estranho, mas até hoje me lembro da primeira vez que coloquei os pés no Pedro II. Isso aconteceu em março de 1987 (naquela época os colégios começavam as aulas em março e não em janeiro como os de hoje). Lembro-me de ficar agarrado ao corrimão, relutando em entrar na sala de aula, onde a "tia" me esperava. Esta minha luta com o corrimão foi interrompida pelo "tio" Ruy, que me dizia: - Vamos Leonardo, está na hora de você entrar em sala. A professora já está te esperando. Pronto, pelas mãos do "tio" Ruy (obrigado Bruna! Roubei esta frase de você) dei meus primeiros passos no meu último colégio.
A minha memória seguiu viajando no tempo e me lembro das vezes que a minha mãe entrou no quarto com o copo de leite morno na mão (é impressionante como somente ela sabe colocar o leite naquela temperatura) e me despertava com uma massagem nos pés, dizendo: - Filho, está na hora de levantar. Bons tempos aqueles.
Algumas vezes eu sentava na cama, tomava o leite e voltava a dormir. Nestes dias minha mãe me vestia deitado e só me restava levantar, escovar os dentes e ir ao colégio. Mais nada.
Com o passar dos anos isso foi mudando, pois tinha que acordar cada vez mais cedo e a minha mãe nem sempre me acompanhava, embora sempre acordasse para me dar um beijo e dizer: - Tenha um bom dia.
Lentamente saio deste meu passeio pelas memórias e abro os olhos. Pela fumaça que preenche o banheiro percebo que a água está quente demais. Tomar banho aqui em casa está cada vez mais difícil. Saco.
Tomo um banho rápido, escovo os dentes, troco de roupa e vou em direção à porta. Olho para o corredor na esperança de receber aquele bom dia. Nada acontece. Fecho a porta, entro no elevador e meu celular toca, rompendo o silêncio. Olho para ele e vejo escrito: soneca. Saudades do copo de leite e da massagem no pé.

terça-feira, junho 12, 2007

Parece que acabou....

Sábado começa agitado e ao mesmo tempo estranho. Acordo tarde, fruto de uma sexta agitada, onde o sono demorou a me encontrar e cujo resultado carrego em meu rosto.
Show hoje a noite. A princípio o último de uma banda que amei, sem medo de ser feliz, nos últimos sete anos. O meu maior tempo de namoro (me desculpem as ex namoradas). Amor que começou por intermédio de uma amiga em comum chamada Ana Júlia, que passou como um furacão por mim... e depois da Ana vieram a Bárbara, Aline, Morena e um bando de outras mulheres e mesmo assim me mantive fiel.
Sábado. Noite. Combino com uns amigos o local de encontro. Parto rumo à Fundição e o meu desejo de encontrá-los antes cai por terra. Resultado: nos encontramos lá dentro, onde a cerveja custa inacreditáveis R$ 4,0. E o pierrot chora.
Confusão, burburinhos.... gente, cerveja, música ao fundo e no telão show do Rappa. Mistura de ritmos, cheiros, gostos. Ainda faltam 2 horas para o início do fim.
Primeiros acordes.... são lentos e preparam o público para o que viria depois: um puta show, onde acredito eu, ninguém pôde sair reclamando.
Fim de show, bis, mais quatro músicas que parecem dizer o seguinte: muito obrigado, te conhecer foi muito bom, diria, inesquecível. Mas acredito não ser possível continuarmos juntos... vou te amar para sempre e espero que você guarde apenas os nossos melhores momentos. Até um dia desses.
E eu só tive tempo de dizer um "então tá", forçado e entre os dentes.