quinta-feira, março 08, 2007

O amor está banalizado!

Sinal dos tempos! O sentimento mais sublime está banalizado no início do século XXI. Logo ele.... o AMOR..... cantado em verso em prosa, descrito como “...o fogo que arde sem se ver, ferida que dói e não se sente, descontentamento descontente, dor que desatina sem doer....”
Lembro do meu primeiro “Te amo”. Já se passaram mais de dez anos, mas me lembro como se fosse ontem.... e foi um “te amo” tão sincero.... Lembro que meu corpo todo tremia, as palavras quase não saíram da boca! Não sabia qual seria a reação dela, se ela correr, rir de mim ou dizer que me amava também. Quando eu disse “Te amo” eu já namorava há mais de três meses e não era um casinho qualquer. Fui aquele adolescente que achava que a primeira namorada seria a última! Fui assim, fazer o que.
Hoje eu lido com adolescentes durante uma boa parte do meu dia. Converso sobre suas inseguranças, confusões, medos, amores... AMORES? Outro dia estava na o MSN (sim, eu uso o MSN) e vi o nick de um aluno: “Fulana, ti amuullll!”. Me assustei! E não foi por conta dos erros de português! Esse cara estava falando que amava uma outra aluna que ele conheceu pela Internet e que ficou com ela uma só vez! Era amor o que ele realmente estava sentindo? Se bem que não estou habilitado a dizer, ou julgar o que é o amor ou não.
Renato Russo já apontava esta situação em 1994. No meio de um show (que foi registrado no cd Quatro Estações ao Vivo) ele pergunta ao público: “Como é que se diz eu te amo?” e depois emenda: “Quem aqui já ouviu isso?” E diante de uma montanha de “EUs!”, ele completa: “Quem ouviu de VERDADE”.
Hoje, as relações estão tão esvaziadas que não assusta ninguém um “Eu te amo” logo no segundo encontro. Parece normal. Este aluno, com apenas 18 anos, já terá dito quantas vezes a frase “Te amo”? Será que alguma vez foi sincera, de verdade? As vezes sim, as vezes não.
Não estou questionando a capacidade de amar de ninguém, muito menos o que seria o amor. Nada disso. Apenas quis aliviar o meu peito escrevendo o quanto fiquei surpreso com a maneira que os adolescentes estão encarando o amor. Eu ainda acredito no peso da palavra e do sentimento. Seria incapaz de sair por aí falando eu te amo para qualquer pessoa. Devo estar por fora.

2 comentários:

Anônimo disse...

mesmo estando no auge dos meus 19 anos e fazendo parte dessa juventude que diz amar tudo e todos do namorado aos postes,
mas nunca a familia ou as pequenas coisas que fazem a vida realmente valer a pena.
questiono as palavras
e tbm não concordo com essa banalizaçao, creio que o amor deve ser demonstrado e não cuspido boca a fora como uma simples frase!
parabéns pela cronica Léo,
adoreiii..
serei frequantadora fiel do blog! rs*

peka disse...

Meu primeiro Eu te amo demorou cinco anos de namoro pra sair... sim, eu acredito muito no peso das palavras. Eu disse uma vez Eu te amo sem acreditar que amava, como um pedido de suplica para que ficasse, também válido porque queria muito amar...
Mas, também me assusto muito quando vejo as pessoas exaltando amores a torto e a direito. Adorei o texto!!!