sábado, julho 14, 2007

Vontades

Engraçado... cheguei em casa hoje com uma vontade estranha e ao mesmo tempo muito simples: queria escrever. O mais estranho desta história é que não tenho nada para dizer e antes que você pense que esta é mais uma crônica sobre o não escrever, eu afirmo: esta é uma crônica sobre o não escrever.
Desde o início da minha adolescência (e eu acho que virei adolescente aos 15 anos) tenho por hábito escrever e sempre fiz isso nas horas mais chatas do dia, como as minhas aulas de física e matemática no colégio ou nas aulas de história da américa na faculdade ou ainda nas aulas de história e historiografia da medicina no Brasil no mestrado (me arrepio só de lembrar).
Eu escrevia motivado pela seguinte crença. Vou colocar os meus problemas no papel e depois que terminar, jogo o papel no lixo e junto os meus problemas. Quando eu tinha 15 anos era fácil. Aos 18 passei a fazer terapia. A boa notícia é que tive alta aos 22.
Logo a minha escrita se desviou dos meus problemas para coisas do meu cotidiano, que se resumia a estudar, namorar e trabalhar (bons tempos em que não tinha contas a pagar). Desta forma escrevia sobre relacionamento, sexualidade e problemas menores no trabalho. Nada demais.
Em 2006 abandonei o mestrado e com ele as aulas chatas, momento dedicado à escrita e às crônicas que enchiam o meu caderno (queridos professores, me desculpem. Ou não). Minhas crônicas ficaram órfãs e parei de escrever.
Hoje não tenho mais as aulas chatas, só as que eu mesmo dou e nelas não posso parar para escrever. Sendo assim me restam os momentos em frente ao computador e quando bate uma puta vontade de escrever, preencho algumas linhas com algo que eu queira dizer. Pronto. Acho que só queria dizer isso.

Um comentário:

Mauro Amoroso disse...

Jamais imaginaria que o Chor era teu muso inspirador. Impressionante. A criatividade brota dos lugares mais inesperados, dos seres mais inanimados, e das pessoas mais escrotas. (sinta-se livre para apagar isto)